Bolsonaro compartilha temor com aliados após punição dos EUA a Moraes

31 de julho de 2025 às 14:19
BASTIDORES

Foto: reprodução

Por redação com informações da coluna de Bela Megale

Jair Bolsonaro acompanhou com lupa os desdobramentos da sanção financeira aplicada pelos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em conversas com aliados, especialmente os que têm trânsito junto à corte, o ex-presidente mostrou um temor, em especial. Questionou se eles acreditavam que a aplicação da punição contra o magistrado poderia resultar em um movimento de reação contra ele e se piorava a já complicada situação que enfrenta na Justiça.

A leitura feita pelos aliados e conselheiros jurídicos é que a situação se agrava não só para Bolsonaro, como também para seu filho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, capitalizando sanções contra Moraes e outras autoridades brasileiras.

Investigadores da Polícia Federal apontam que o deputado federal licenciado já produziu uma quantidade robusta de provas contra si próprio no inquérito que apura sua atuação nos EUA. Entre integrantes do STF e do núcleo do próprio Eduardo, é dado como certo que ele será preso, se retornar ao Brasil. Já Bolsonaro, que responde ao processo por tentativa de golpe, corre o risco de ser acusado de obstrução de Justiça, já que as ações dos EUA contra Moraes visam interferir em seu julgamento e beneficiá-lo diretamente.

Depois da gestão Donald Trump aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro, o STF emitiu uma nota para destacar que “não se desviará de cumprir a Constituição”. Sobre o processo da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro, o tribunal afirmou que “foram encontrados indícios graves da prática dos referidos crimes, inclusive de um plano que previa o assassinato de autoridades públicas”.

O movimento contra Moraes e a ameaça de aplicar a sanção financeira contra outros ministros, como o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o decano da corte, Gilmar Mendes, aumentou a união entre os integrantes da corte. A maioria dos ministros não admite a hipótese de ceder à chantagem de Trump.