Exército israelense anuncia intensificação de ofensiva na Faixa de Gaza

17 de maio de 2025 às 08:08
Mundo

Foto: Reprodução

CNN Brasil

Poucas horas após o fim da viagem de Donald Trump ao Golfo, o exército israelense anunciou que havia "lançado grandes ataques e transferido forças para assumir o controle de áreas da Faixa de Gaza".

"Isso faz parte dos estágios iniciais da Operação Carruagens de Gideão e da expansão da ofensiva na Faixa de Gaza, para atingir todos os objetivos da guerra, incluindo a libertação dos reféns e a derrota do Hamas", disse o exército nas redes sociais na manhã de sábado.

Após uma trégua de dois meses, o exército israelense retomou sua ofensiva em Gaza em 18 de março, ocupando grandes áreas do território. O governo de Netanyahu anunciou no início de maio um plano para "conquistar" Gaza, exigindo o deslocamento interno da "maioria" de seus 2,4 milhões de habitantes.

A agência de defesa civil de Gaza disse que ataques israelenses mataram pelo menos 100 pessoas na sexta-feira (16), após relatar mais de 80 mortes na quarta-feira (14) e mais de 100 mortes na quinta-feira (15).

Em um hospital em Beit Lahia (norte), imagens da AFP mostram moradores, incluindo crianças que perderam suas mães, e feridos sendo tratados no chão em meio a gritos e lágrimas.

Em Beit Lahia, Said Hamouda disse que os bombardeios "atingiram casas onde civis dormiam. Crianças gritavam, portas foram arrombadas. Foi uma cena indescritível, como se fosse o fim do mundo", conta a moradora de Gaza.

"Aqueles que não morrerem no bombardeio morrerão de fome", lamenta Khalil al-Tatar, outro morador.

Netanyahu irredutível

Na sexta-feira, a principal associação israelense de famílias de reféns detidos pelo Hamas, pediu a Benjamin Netanyahu que não perdesse uma "oportunidade histórica" para a libertação de seus entes queridos e que "unisse esforços aos do presidente Trump" para fazê-lo, manifestando "grande preocupação à luz dos relatos da intensificação dos ataques [israelenses] em Gaza".

Mas o primeiro-ministro insiste que somente o aumento da pressão militar forçará o Hamas a libertar os reféns.

Desde 2 de março, as forças israelenses também bloquearam toda a entrada de ajuda humanitária em Gaza, vital para os 2,4 milhões de habitantes, agora ameaçados de "fome em massa", de acordo com várias ONGs.

Ao final de sua visita ao Golfo na sexta-feira, o presidente americano Donald Trump, aliado de Israel, declarou: "Estamos interessados em Gaza. E vamos garantir que isso seja resolvido. Muitas pessoas estão morrendo de fome."

O Hamas, cujo ataque sem precedentes a Israel desencadeou a guerra, pediu aos Estados Unidos que pressionassem o governo de Benjamin Netanyahu para permitir a entrada de ajuda humanitária.

Para o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, "esta última onda de bombardeios que força as pessoas a se mudarem sob a ameaça de ataques ainda mais intensos, a destruição metódica de bairros inteiros e a negação de ajuda humanitária ressaltam que parece haver uma pressão por uma mudança demográfica permanente em Gaza que (...) equivale a uma limpeza étnica."

Israel afirma que não há crise humanitária em Gaza e acusa o Hamas de roubar ajuda internacional.

A Fundação Humanitária de Gaza, uma ONG apoiada pelos EUA, disse que começaria a distribuir ajuda no território este mês, após conversas com autoridades israelenses.

No entanto, as Nações Unidas descartaram qualquer participação na iniciativa na quinta-feira, citando preocupações sobre "imparcialidade, neutralidade (e) independência" da organização.

Negociações em Doha estagnadas

Durante todo esse tempo, na capital do Catar, as negociações sobre uma trégua e um acordo para libertar reféns não produziram resultados.

A equipe de negociação israelense continua em Doha. Excepcionalmente, eles receberam sinal verde para continuar as negociações no Shabat, dia de repouso judeu.

Nesta fase, as duas partes não cedem um milímetro: Israel quer adotar o plano Witkoff, que envolve a libertação de cerca de dez reféns e uma trégua de seis semanas; O Hamas exige o fim da guerra.

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