Operação "Sem Desconto": Polícia Federal investiga fraudes contra aposentados do INSS em Alagoas
Redação
A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira a Operação Sem Desconto, que tem como alvo um esquema nacional de descontos associativos indevidos aplicados sobre aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em Alagoas, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversas localidades, como parte da ofensiva que abrange 14 estados e o Distrito Federal.
A operação investiga a cobrança ilegal de mensalidades por parte de entidades que, sem a devida autorização dos beneficiários, passaram a descontar valores diretamente das aposentadorias e pensões. Segundo a PF, entre 2019 e 2024, o montante desviado em todo o país ultrapassa R$ 6,3 bilhões.
Em Alagoas, o foco está na identificação de organizações que atuaram para implementar os descontos fraudulentos junto ao sistema do INSS, muitas vezes utilizando dados pessoais obtidos de forma irregular e sem qualquer vínculo real com os beneficiários. A atuação dos suspeitos pode envolver servidores públicos, empresários e representantes de associações de fachada.
A ofensiva nacional cumpre 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária, e ordens de sequestro de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão. Além disso, seis servidores públicos foram afastados de suas funções, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que, segundo informações do portal G1, foi retirado do cargo após a deflagração da operação. O INSS ainda não confirmou oficialmente o afastamento.
Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que os trabalhos de hoje representam um esforço para proteger os direitos de aposentados e pensionistas, que muitas vezes só percebem os descontos após prejuízos consideráveis. A CGU destacou a gravidade do esquema, que se valeu da fragilidade de controle e fiscalização em um sistema que deveria proteger os mais vulneráveis.
As investigações seguem em sigilo, mas novas fases da operação não estão descartadas.