Justiça condena quatro acusados pelo assassinato do ativista Kleber Malaquias em Rio Largo
Redação
Na noite desta terça-feira (18), a Justiça proferiu a sentença dos quatro réus acusados do assassinato do ativista político Kleber Malaquias, ocorrido em 2020 na cidade de Rio Largo. As penas variaram de quatro a 30 anos de prisão, conforme o grau de participação de cada um no crime.
Marcelo José de Souza, policial militar, recebeu a pena de 24 anos de reclusão. Na sentença, o juiz destacou que, por sua função na segurança pública, ele deveria manter uma conduta exemplar, mas infringiu a lei ao cometer homicídio qualificado. O Conselho de Sentença reconheceu duas qualificadoras como agravantes: a impossibilidade de defesa da vítima e o fato de o crime ter sido cometido mediante promessa de recompensa.
Já Fredson José dos Santos, ex-policial militar expulso da corporação por conduta incompatível com a função, foi condenado a 30 anos de prisão. A decisão judicial ressaltou sua conduta social negativa e manteve as mesmas qualificadoras aplicadas a Marcelo.
Edinaldo teve sua pena base fixada em 12 anos, mas, por ter tido participação de menor importância no crime, teve sua pena reduzida em um terço, resultando em oito anos de reclusão. No entanto, como já estava preso, teve direito à progressão de regime, passando para o regime semiaberto. Com a dedução do tempo já cumprido, sua pena definitiva foi estabelecida em quatro anos, quatro meses e um dia.
José Mário também obteve progressão para o regime semiaberto devido ao tempo já cumprido. Sua pena inicial foi reduzida, resultando em oito anos, quatro meses e um dia de reclusão.
O caso
Kleber Malaquias foi morto a tiros em 15 de julho de 2020, dia de seu aniversário, dentro de um bar na Mata do Rolo, em Rio Largo. O ativista era conhecido por fazer denúncias contra políticos e fornecer informações às autoridades. O MP-AL afirma que o crime teve motivação política e que a vítima foi executada sob encomenda.
O julgamento ocorre em Maceió devido à complexidade e à segurança do caso, já que os acusados incluem agentes e ex-agentes da segurança pública. A sessão anterior, marcada para 2023, foi adiada após a descoberta de uma fraude processual envolvendo provas falsas, na qual um delegado e um agente da Polícia Civil, em conluio com os réus e uma testemunha, inseriram provas falsas no processo para atribuir o crime a um policial já falecido. O esquema foi revelado pelo MP-AL em parceria com a Polícia Federal.