Médico assassinado pela ex em Arapiraca: Polícia Civil conclui inquérito e indicia médica por homicídio qualificado

02 de dezembro de 2025 às 11:21
Polícia

Nádia Tamires e Alan Carlos; PC rejeitou a tese de legítima defesa - Foto: Reprodução

Por Francês News

Polícia Civil de Alagoas (PCAL) concluiu as investigações sobre o assassinato do médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, ocorrido em Arapiraca, e indiciou sua ex-esposa, Nádia Tamires, também médica, por homicídio qualificado. O crime foi registrado por câmeras de segurança, que mostram a chegada da acusada armada ao local e a execução de múltiplos disparos contra o carro da vítima.

De acordo com o delegado Everton Gonçalves, coordenador da Delegacia de Homicídios de Arapiraca (DHA), a investigação descartou a tese de legítima defesa apresentada pela acusada. O indiciamento foi baseado na motivação fútil e no uso de recurso que impossibilitou qualquer reação da vítima.

“As imagens das câmeras e a própria confissão da investigada deixam claro o intuito homicida”, afirmou o delegado.

Família da acusada alega abuso e histórico de violência

Em vídeo divulgado nas redes sociais da advogada de defesa Julia Nunes, os irmãos de Nádia, Nayara Taís e Elias, defenderam a médica, alegando que a filha do casal, de dois anos, teria sido vítima de estupro por parte do pai — acusação que ainda está sob investigação.

Eles afirmaram que Nádia denunciava o suposto abuso há mais de um ano, mas não teria recebido a proteção necessária das autoridades. A família também apresentou um histórico psiquiátrico da mãe de Nádia, que teria sofrido abuso na infância, argumentando que esse contexto influenciou suas ações.

Disputa judicial pela guarda da criança

Com Nádia presa preventivamente, a filha do casal está sob a guarda provisória das avós maternas. Agora, a irmã da acusada entrou com um pedido na Justiça para assumir a custódia da menina, anexando laudos e justificativas ao processo, que corre em sigilo.

Cronologia do crime

  • Alan Carlos foi até a frente de uma Unidade Básica de Saúde na zona rural de Arapiraca para entregar um bolo à filha.
  • Nádia chegou armada e efetuou ao menos oito disparos contra o veículo.
  • Um dos tiros atingiu o pulmão e o coração do médico, causando sua morte.
  • A acusada fugiu para Maceió, onde foi presa em flagrante.
  • Em seu carro, a polícia encontrou uma arma que será periciada.

Apesar do histórico de conflitos e de medidas protetivas anteriores, a PCAL não identificou qualquer descumprimento das ordens judiciais por parte da vítima no dia do crime.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de Alagoas, que decidirá pela denúncia ou pelo arquivamento do caso. Enquanto isso, a defesa de Nádia Tamires continua a sustentar que a médica agiu sob grave ameaça e desespero, em um episódio que envolve violência doméstica, acusações de abuso e uma complexa disputa familiar.