Alagoas padece e tem um dos piores índices do Brasil em emprego e desalento, diz IBGE
Por Francês News
Apesar da queda no desemprego nacional no terceiro trimestre de 2025, Alagoas segue figurando entre os estados com os piores indicadores do mercado de trabalho no Brasil e empurrando o Brasil para trás. Os dados fazem parte da PNAD Contínua Trimestral, divulgada pelo IBGE, e reforçam a persistência de desigualdades estruturais que há décadas impactam o desenvolvimento econômico em terras Caetés.
Alagoas registra 25% de taxa de subutilização, o quarto pior índice do país. Isso significa que um quarto da população ativa está desempregada, trabalha menos horas do que gostaria ou está disponível para trabalhar, mas não encontra oportunidades.
A marca coloca o estado atrás apenas de Piauí (29,1%), Sergipe (26,5%) e Bahia (26,2%), reforçando o peso da crise estrutural que atinge a região Nordeste.
Outro dado que acende alerta é o desalento, quando a pessoa abandona a busca por trabalho por falta de perspectivas. Alagoas tem 7,8% de sua força de trabalho em desalento, o terceiro maior número do país. Fica abaixo apenas de Maranhão (9,3%) e Piauí (7,9%).
Esse contingente representa milhares de pessoas que, por não enxergarem oportunidades reais, deixam de procurar emprego, contribuindo para a deterioração social e econômica do estado.
Além dos trabalhadores formais, o Nordeste reúne 7 milhões de informais e 5,5 milhões de autônomos. Esse cenário puxa para baixo o salário médio regional, que é de R$ 2.400, muito inferior ao registrado no Sudeste (R$ 3.900) e Sul (R$ 4.000).
A fragilidade econômica se reflete na dependência de transferências federais. No Nordeste, 8,7 milhões de famílias recebem o Bolsa Família, e 2,3 milhões de pessoas vivem do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Alagoas figura entre os estados proporcionalmente mais dependentes desses recursos.
Apesar de pequenas oscilações positivas ao longo das últimas décadas, o peso econômico do Nordeste caiu nos últimos anos, chegando novamente a 13,8% do PIB entre 2021 e 2023. O PIB per capita da região é de R$ 27.680, metade da média nacional. Alagoas, entretanto, segue abaixo disso.