“Serial killer de Maceió” tenta justificar crime com delírios e ataca memória da vítima em novo julgamento

13 de novembro de 2025 às 15:00
Polícia

Foto: reprodução

Por Redação 

Em mais um julgamento marcado por contradições e falas desconexas, Albino dos Santos Lima, conhecido como o “serial killer de Maceió”, voltou a causar revolta ao tentar atacar a memória de uma de suas vítimas, Beatriz Henrique da Silva, assassinada em dezembro de 2023. O réu afirmou que o crime teria sido cometido “por ordem do Arcanjo Miguel” e alegou não se recordar dos fatos, insistindo em uma suposta insanidade mental.

Albino, que já acumula mais de 140 anos de prisão por homicídios e tentativas de assassinato, chegou a afirmar falsamente que Beatriz teria envolvimento com o tráfico de drogas, versão já descartada pelas autoridades. A fala foi interpretada como uma tentativa de descredibilizar a vítima e minimizar a brutalidade do crime.

“Essa mulher era traficante de drogas, todos sabem disso”, declarou o réu, em tom agressivo. Logo depois, mudou de discurso e afirmou que agiu sob influência espiritual, dizendo que teria recebido uma “ordem divina” para cometer o assassinato.

“Eu estava dormindo em casa e o Arcanjo Miguel me acordou. A laje desapareceu, eu vi um fogo vindo de cima pra baixo”, disse Albino, alegando ter sofrido um “apagão de memória”. Segundo ele, a execução de Beatriz teria ocorrido enquanto estava em “transe espiritual”.

O criminoso também tentou se isentar de responsabilidade, alegando distúrbios mentais e afirmando que “não era ele” quem praticava os atos. “Essa ação de executar entra na minha insanidade. Na minha família há traços de loucura”, disse.

Beatriz foi morta enquanto dormia ao lado do filho de quatro anos, que também foi atingido pelos disparos. O crime ocorreu na Rua Cabo Reis, no bairro Ponta Grossa, em Maceió, e chocou a população pela frieza e covardia.

Albino é acusado de 18 homicídios e seis tentativas, todos cometidos na capital alagoana. A Polícia Civil o considera um dos cinco maiores serial killers do Brasil, pela quantidade e pelo padrão de violência de seus crimes. O julgamento segue com a análise dos laudos psiquiátricos que devem definir se ele será mantido em presídio comum ou transferido para um hospital de custódia.