Alfredo Gaspar anuncia pedido de prisão preventiva de Milton Cavalo e denuncia organização criminosa no Sindnapi
Por Redação com assessoria
O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar, afirmou nesta última quinta-feira (9) que vai pedir a prisão preventiva de Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, após novas evidências apontarem o envolvimento da entidade em um esquema criminoso que teria desviado mais de R$ 600 milhões de aposentados e pensionistas brasileiros.
Gaspar classificou o caso como “uma vergonha nacional” e disse que o esquema representa uma afronta aos idosos que dependem da aposentadoria para sobreviver. “Enquanto muitos passam fome e vivem abandonados, os chefes de uma quadrilha milionária seguem sendo protegidos por amigos poderosos”, declarou.
Segundo o relator, há indícios de pagamentos de R$ 210 milhões do Sindnapi à BMG Corretora, com retorno de apenas R$ 24 milhões, além de repasses de R$ 16 milhões ao Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e R$ 600 mil a uma funcionária pública de Senador Canedo (GO). Ele cobrou explicações sobre os reais beneficiários e os serviços contratados.
Outro ponto levantado foi o crescimento repentino de mais de 100 mil filiações ao Sindnapi entre 2023 e 2024, feitas de forma coletiva, em desacordo com instruções normativas do INSS. Gaspar questionou quem autorizou o procedimento e classificou o episódio como um “milagre administrativo” que precisa ser esclarecido.
O parlamentar lembrou que foi graças à atuação da CPMI que nomes como Careca e Camisotti foram presos e que a Advocacia-Geral da União bloqueou bens dos investigados. “Hoje, depois de um ano de silêncio e proteção, finalmente a polícia bateu à porta do Sindnapi. Isso não é coincidência: é resultado do nosso trabalho”, afirmou.
Gaspar disse ainda que as investigações não vão parar e que outros nomes devem ser atingidos pelas medidas judiciais da CPMI. “Vamos até o fim. Quem rouba aposentado não merece proteção, merece cadeia”, concluiu.