Ossada humana é encontrada em São Miguel dos Milagres e passa por processo de identificação
Por Redação
A Polícia Científica de Alagoas iniciou, nesta quarta-feira (10), o protocolo de identificação de uma ossada humana encontrada na praia de Porto da Rua, em São Miguel dos Milagres, litoral norte do estado. Essa etapa é crucial para a elucidação do caso.
Os restos mortais foram descobertos por moradores da região, que se depararam com o achado após a recente alta da maré. A presença da ossada trouxe um elemento de surpresa para a tranquilidade da praia.
Em avançado estágio de esqueletização, a ossada indica que os vestígios humanos estavam no local há um período considerável. Este detalhe ressalta a importância de uma análise forense minuciosa para obter informações.
A descoberta aconteceu especificamente em uma área de restinga à beira-mar, um tipo de vegetação costeira. Foi nesse ambiente que a mudança do nível da água revelou os vestígios, tornando-os visíveis aos transeuntes.
O evento, naturalmente, chamou a atenção dos moradores locais, gerando um clima de questionamento sobre a origem e a identidade do indivíduo. A comunidade, intrigada, acompanhou a chegada das equipes especializadas.

“Do crânio, por exemplo, só foi possível recuperar apenas uma parte da arcada dentária, devido à delicadeza e à complexidade do trabalho no local. Pela destruição dos tecidos moles, não foi possível identificar lesões que confirmassem a causa da morte, entretanto há possibilidade de identificação pelo DNA”, explicou o perito criminal, Everton Pinheiro.
James Pinheiro confirmou ainda que no local do achado foram recolhidas duas peças de vestuário que podem ser cruciais para as investigações: uma bermuda jeans com a etiqueta “Original Premium” e uma cueca vermelha da marca Calvin Klein. As vestes sugerem que a vítima seja do sexo masculino e podem nortear as investigações e auxiliar na identificação da pessoa.
Após a perícia no local, a ossada foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima, onde passará por um exame de antropologia forense. O perito médico-legista Luiz Mansur, chefe administrativo do IML, explicou quais serão as medidas adotadas pelo órgão para tentar identificar a causa da morte e a identidade da vítima.
“No exame de antropologia forense, realizamos uma análise detalhada das ossadas humanas com o objetivo de estabelecer o perfil bioantropológico da vítima. A partir desse estudo, conseguimos determinar características como sexo, idade aproximada, estatura e ancestralidade, informações fundamentais para auxiliar na identificação do indivíduo”, explicou Mansur.
Como foi encontrada apenas parte da arcada dentária, a equipe do IML avaliará a possibilidade de identificação por meio do exame odontolegal. No entanto, havendo essa possibilidade, o exame só poderá ser realizado se a família apresentar alguma documentação odontológica da vítima, caso não seja possível, será coletada uma amostra de fragmento ósseo para o Exame de DNA.
A perita criminal Barbara Fonseca, chefe do Laboratório de Genética Forense, informou que, em um primeiro momento, o material genético obtido será cruzado com o DNA de familiares dos quatro jovens que continuam desaparecidos na região da Costa dos Corais. Em caso de resultado negativo, o material será inserido no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) para ser cruzado com as informações da rede integrada dos bancos estaduais.
A Polícia Cientifica orienta que, caso alguém reconheça as vestimentas encontradas pela perícia e tenha um familiar desaparecido na região que ainda não foi denunciada, procure a delegacia mais próxima para registrar um Boletim de Ocorrência. Em seguida, um familiar de primeiro grau deverá comparecer ao IML para fornecer material genético, possibilitando o confronto de DNA.
*Com informações da Ascom Polícia