Operação Carbono Oculto abala a Faria Lima com suspeitas de lavagem e sonegação

Por Redação 

A Avenida Faria Lima, coração do mercado financeiro paulistano, está no centro das atenções após se tornar alvo de uma megaoperação da Polícia Federal que investiga a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em setores estratégicos da economia formal, incluindo o mercado de combustíveis e fundos de investimento. A ação, batizada de Operação Carbono Oculto, mobiliza mais de 1.400 agentes em dez estados e revela a ousadia com que o crime organizado busca se legitimar por meio do sistema financeiro.

Das dezenas de alvos da investigação, 42 estão localizados na Faria Lima, sinalizando a profundidade da suposta conexão entre o tráfico de drogas e operações financeiras sofisticadas. A apuração indica a existência de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e importação irregular de metanol — substância usada para adulterar combustíveis.

Entre os principais alvos está o BK Bank, instituição financeira suspeita de ter movimentado cerca de R$ 17,7 bilhões em transações irregulares. Segundo as autoridades, esse volume financeiro seria compatível com práticas destinadas a ocultar a origem ilícita de recursos ligados ao tráfico.

A reação no mercado foi imediata. A presença de agentes federais, promotores e fiscais na região causou um clima de inquietação. Profissionais do setor demonstram preocupação com os possíveis danos à reputação de empresas e fundos envolvidos, direta ou indiretamente, nas investigações. A confiança no ambiente financeiro da Faria Lima, até então símbolo de sofisticação e estabilidade econômica, sofre um abalo considerável.

Em meio à operação, o que se observa é um mercado sob pressão, onde a incerteza e o receio substituem temporariamente a habitual confiança dos investidores. O caso ainda está em andamento, mas já representa um marco na forma como as autoridades combatem a infiltração do crime organizado na economia brasileira.