Tarifas de Trump: estudo e dados revelam que custo recai sobre empresas e consumidores dos EUA
Por Redação com Francês News
A afirmação do ex-presidente Donald Trump de que países estrangeiros e empresas internacionais estão absorvendo os custos das tarifas comerciais dos Estados Unidos é contestada por um volume crescente de evidências econômicas. Dados de importação, pesquisas acadêmicas e relatórios do setor indicam que são, na verdade, as empresas importadoras e os consumidores americanos que estão pagando a conta, com expectativa de que esse ônus aumente significativamente nos próximos meses.
Em suas redes sociais, Trump defendeu que as tarifas não causaram inflação e que os custos são majoritariamente suportados por entidades estrangeiras, mas os números contam uma história diferente.
Dados econômicos recentes mostram que os preços de importação (que excluem as tarifas) permaneceram praticamente estáveis, indicando que os exportadores estrangeiros não reduziram seus valores para compensar as taxas. Isso significa que o custo adicional é internalizado pela economia americana.
Uma análise da Fitch Ratings confirma que, para a grande maioria dos países, os preços se mantiveram resilientes, com os importadores dos EUA arcando com a carga tributária. Projeções do Goldman Sachs estimam que os consumidores, que inicialmente absorveram 22% dos custos, poderão ficar com até 67% dessa fatia até outubro, podendo chegar a 100% quando incluídos os aumentos de preços de produtores domésticos.
O repasse desses custos para o consumidor final está sendo gradual, mas constante. Pesquisas do Federal Reserve Bank de Atlanta mostram que as empresas, inclusive as de serviços, planejam aumentar seus preços ao longo deste ano. O fenômeno, chamado de "sneakflation" (uma inflação sorrateira), consiste em pequenos e sucessivos reajustes que, somados, impactam significativamente o orçamento familiar, especialmente das famílias de baixa renda. Grandes varejistas, como o Walmart, já admitiram que os custos com tarifas sobem semanalmente, e a promessa de repassá-los "o mínimo e pelo maior tempo possível" sinaliza aumentos futuros inevitáveis.