Bactéria causadora de doença fatal e cada vez mais resistente a antibióticos alerta especialistas

13 de maio de 2025 às 11:12
Mundo

Reprodução

R7

Uma das infecções mais antigas e perigosas da humanidade está ficando ainda mais difícil de tratar. Um estudo publicado na revista The Lancet Microbe revelou que a bactéria responsável pela febre tifoide está se tornando altamente resistente a antibióticos, o que pode levar a surtos mais graves e letais da doença ao redor do mundo.

A febre tifoide, causada pela bactéria Salmonella enterica sorovar Typhi (ou simplesmente S. Typhi), já afeta cerca de 11 milhões de pessoas por ano — principalmente em países do Sul da Ásia (Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal), além do Sudeste Asiático, África e até Reino Unido e EUA por meio de casos importados. Agora, segundo um estudo internacional, a bactéria está evoluindo rapidamente e adquirindo mutações que a tornam resistente aos medicamentos usados como primeira linha de defesa.

Pesquisadores analisaram mais de 7 mil amostras de S. Typhi coletadas em diversos países e identificaram que as variantes resistentes estão surgindo de forma cada vez mais frequente, com capacidade de se espalhar entre regiões e até atravessar continentes.

A bactéria mostrou resistência a antibióticos como ampicilina, cloranfenicol e trimetoprima com sulfametoxazol (Bactrim). Os casos mais preocupantes envolvem resistência aos antibióticos mais potentes disponíveis, como as fluoroquinolonas e o ceftriaxona.

“Estamos vendo uma disseminação internacional dessas cepas altamente resistentes, o que representa um risco real à saúde pública global”, afirmou o professor Jason Andrews, da Universidade de Stanford, um dos autores do estudo. Ele destaca que, se as opções de tratamento continuarem diminuindo, o mundo pode voltar a enfrentar surtos letais como os do passado, quando a febre tifoide era praticamente uma sentença de morte.

Apesar da existência de vacinas contra a doença, a cobertura vacinal ainda é baixa em várias regiões endêmicas, e o acesso à água potável e saneamento básico continua limitado — fatores que contribuem para a propagação da bactéria.

O estudo reforça a necessidade urgente de monitoramento genômico contínuo, campanhas de vacinação em larga escala e medidas mais rígidas contra o uso indiscriminado de antibióticos, tanto na medicina quanto na agropecuária.

“Sem ação imediata, podemos perder o controle sobre a febre tifoide — algo impensável em pleno século 21”, alerta o relatório.

Array ( [0] => Array ( [id] => 6 [nome] => Maceió [posicao] => 3 [slug] => maceio [status] => 1 ) [1] => Array ( [id] => 7 [nome] => Alagoas [posicao] => 6 [slug] => alagoas [status] => 1 ) [2] => Array ( [id] => 4 [nome] => Brasil [posicao] => 7 [slug] => brasil [status] => 1 ) [3] => Array ( [id] => 5 [nome] => Mundo [posicao] => 8 [slug] => mundo [status] => 1 ) [4] => Array ( [id] => 20 [nome] => Gospel [posicao] => 13 [slug] => gospel [status] => 1 ) [5] => Array ( [id] => 22 [nome] => Entretenimento [posicao] => 15 [slug] => entretenimento [status] => 1 ) [6] => Array ( [id] => 23 [nome] => Esportes [posicao] => 16 [slug] => esportes [status] => 1 ) ) 1