'Esperamos uma condenação do Brasil' ao ataque iraniano, diz embaixador de Israel

15 de abril de 2024 às 07:40
CRISE DIPLOMÁTICA

Foto: reprodução

Por redação com O Globo

O embaixador do Brasil em Israel, Daniel Zonshine, ficou desapontado com a resposta do governo brasileiro aos ataques do Irã a Israel iniciados no último sábado, e disse ainda esperar uma condenação por parte das autoridades do país. O embaixador admitiu a crise diplomática entre Brasil e Israel, e não hesitou na hora de questionar a posição do governo Lula após o Irã ter lançado mísseis e drones contra seu país.

Após confirmado o ataque iraniano a Israel, o Itamaraty divulgou uma nota na qual expressou "preocupação" e afirmou esperar uma mobilização da comunidade internacional “no sentido de evitar uma escalada”.

"A mensagem que o Itamaraty publicou ontem mencionou o ataque do Irã a Israel, mas não condenou. Do nosso ponto de vista, isso merece ser condenado. Esperamos uma condenação do Brasil, como outros países já condenaram esse ato, que é um ato terrorista", afirmou.

O conflito entre Irã e Israel foi motivo de conversas por telefone entre o presidente Lula, seu Assessor para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Não houve reunião presencial para discutir a crise, confirmaram fontes do governo, e nas conversas entre o presidente, seu assessor e o chanceler foi decidido que o Itamaraty se pronunciaria através de um comunicado oficial. O texto foi divulgado na noite de sábado, horas depois do ataque do Irã a Israel.

Na avaliação das fontes consultadas, o ataque “era esperado, e, finalmente, não causou grandes danos a Israel”. As mesmas fontes afirmaram que “durante várias horas houve certa confusão sobre o que de fato estava acontecendo, e o Brasil esperou até ter informações confirmadas para elaborar a nota”. Por enquanto, não há qualquer movimento por parte do Brasil para condenar o Irã pelo ataque.

Zonshine, que está em Israel, disse que cerca de 99% dos mísseis e drones lançados pelo Irã não atingiram o país graças a uma coordenação de Israel com aliados para interceptar os ataques. O embaixador ressaltou, no entanto, que isso não reduz a gravidade da ação, visto que houve a intenção de um ataque duro.

"Achávamos importante que o Brasil, como um país da paz e soluções pacíficas, condene ataques de várias naturezas. Ver com preocupação não é condenação. É outro tipo de coisa. No mundo diplomático, palavras são importantes, e a falta de palavras também", frisou.

O embaixador pontuou que o Brasil teve a oportunidade de usar palavras “mais fortes”, mas preferiu usar “palavras muito leves”.

Antes da divulgação da nota do Itamaraty, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, afirmou que avaliava que o ataque era “extremamente preocupante”.

"Vemos essa escalada com preocupação", disse Amorim, já antecipando o tom que seria dado à nota do governo.

 

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