Conseg ignora pedido de urgência para reativar segurança de Marina Cintra; advogada fala em retaliação de Dantas
Por Francês News
A ex-primeira dama de Alagoas, Marina Cintra, ex-mulher do governador Paulo Dantas (MDB), que está sem sua segurança pessoal desde o dia 23 de novembro, teve a sua solicitação feita em pedido de urgência ignorada pelo Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), segundo relato de sua advogada, Luana Amaral, com exclusividade ao portal Francês News. A proteção, mantida por 20 anos, era concedida devido a ameaças de morte ligadas à guerra familiar entre os Dantas e os Boiadeiro no Sertão alagoano.
A advogada afirma que a retirada foi um ato de retaliação pessoal de Paulo Dantas, com quem Marina se divorciou. "Parecia que o governador do Estado estava com raiva e mandou só o recado para ela", disse Luana. Um dos seguranças teria informado que recebeu a ordem diretamente do Gabinete Civil.
A advogada protocolou um pedido de urgência para reativar a segurança, mas o representante da Seris no Conseg, Luiz de Albuquerque Medeiros Neto, que é o relator do caso e uma pessoa ligada diretamente ao governador Paulo Dantas, retirou o caso da pauta da última reunião do ano sem explicações convincentes. Em prints das conversas, ele teria dito à advogada: “Dra., a senhora faça o que desejar”.

Conversa com o relator do caso no Conseg, Luiz de Albuquerque Medeiros - Cortesia
O Conseg alegou que a proteção foi perdida porque Marina é "ex-primeira dama", mas a advogada contesta: “ela já ocupa essa condição de ex há um ano e quatro meses (desde julho de 2024) e só agora que perdeu a segurança, em um ato que desrespeita o rito colegiado do conselho.”
Marina Cintra e sua família foram incluídas no esquema de segurança após seu casamento com Paulo Dantas inseri-la no conflito violento entre as famílias Dantas e Boiadeiro. Seu próprio irmão foi assassinado no contexto dessa guerra. A retirada da proteção, portanto, a coloca em risco potencial renovado.
Em prints que o Portal Francês News mostra com exclusividade, o representante da Seris chega a afirmar que “estamos preparando uma sessão extraordinária para apreciar o requerimento formulado” sem informar uma data. E para quando? Não se sabe e nem quanto tempo Marina Cintra seguirá sem garantias de sua segurança.

Conversa com a diretora do Conseg, Thaís Omena Nascimento - Cortesia
A advogada também questiona a falta de transparência: o Conseg não forneceu cópias dos processos nem a ata da reunião que teria decidido pela retirada, sugerindo que a decisão pode não ter seguido o procedimento legal.

Conversa com a diretora do Conseg, Thaís Omena Nascimento - Cortesia
Curiosamente, o advogado Luiz de Albuquerque Medeiros Neto, que tratou do caso, foi o mesmo advogado que defendeu Paulo Dantas na Operação Edema da Polícia Federal em 2022, que o investigou por um suposto desvio de R$ 54 milhões através de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa.
A advogada Luana Amaral pretende judicializar o caso. Enquanto isso, Marina Cintra permanece sem a proteção que a manteve a salvo por duas décadas, em um episódio que mistura vingança pessoal, uso político do poder público e grave risco à integridade física. Resta a ela confiar em Deus. E na sorte.
Conforme o formato solicitado pela Secretaria de Comunicação da Alagoas, o portal Francês News enviou por e-mail o questionamento da retirada do pedido de urgência da pauta do Conseg e o motivo do relator do caso mandar retirar a solicitação de pauta. Assim que for respondido, o texto será atualizado.