Governo Paulo Dantas abandona o agreste e sertão e fecha a última agência da Fazenda no interior

17 de dezembro de 2025 às 17:15
Política

Prédio da Sefaz em Arapiraca. - Foto: Assessoria

Por Francês News

Uma decisão do Governo Paulo Dantas está sendo criticada como um novo capítulo de abandono do interior de Alagoas. O anúncio do fechamento da última agência regional da Secretaria da Fazenda (Sefaz) fora da capital, localizada em Arapiraca, foi encarado por servidores e moradores como a consolidação da centralização de serviços em Maceió e a desassistência a nove municípios do Agreste e Sertão.

A medida, que deve ser efetivada em 5 de janeiro, desativa a Sétima Coordenadoria, responsável pelo atendimento presencial de cidades como Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema e Porto Real do Colégio. Contribuintes, especialmente pequenos empresários e produtores rurais, agora dependerão de atendimento virtual precário ou terão que arcar com custos de deslocamento até a capital.

O fechamento é visto como um desmonte da estrutura fiscal no interior,  servidores com direito à aposentadoria são forçados a antecipar a saída. Auditores remanescentes serão remanejados a postos distantes em cidades de fronteira, como Delmiro Gouveia e Propriá. "O fiscal não escolhe, ele vai para onde colocarem", desabafou um servidor. A alternativa apresentada – um posto mínimo com dois auditores no Shopping – é considerada insuficiente e simbólica, incapaz de suprir a demanda histórica da região.

A decisão ignora a realidade de localidades com acesso limitado à internet e baixa familiaridade com plataformas digitais. O argumento do atendimento virtual é considerado excludente e elitista, aprofundando a desigualdade no acesso a serviços públicos entre a capital e o interior.

Para lideranças e moradores, o fechamento da última agência da Fazenda no interior é um símbolo claro do esvaziamento administrativo promovido pelo estado. Arapiraca, principal polo econômico fora da capital, perde mais uma estrutura estratégica, reforçando a percepção de que o governo estadual governa apenas para Maceió.

O silêncio oficial da Secretaria da Fazenda, que não divulgou estudos de impacto ou justificativas detalhadas, alimenta a crítica de que a medida foi tomada de forma autoritária e alheia aos danos causados ao desenvolvimento regional. O anúncio, feito às vésperas do Natal, é visto como um ato de desrespeito que gera insegurança e comprova o abandono histórico do interior alagoano.