Uma semana antes da operação da PF, vereadores de Maceió foram impedidos de entrar na Sesau
Por Redação
O episódio em que vereadores de Maceió foram impedidos de entrar na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) ocorreu uma semana antes da deflagração da Operação Estágio IV, da Polícia Federal. O caso ganhou repercussão após relato público do vereador David Emprego.
Segundo o parlamentar, o governo de Alagoas acumulava nove meses de atraso no pagamento do tratamento de equoterapia destinado a crianças atípicas. Além da dívida, o contrato teria sido encerrado, deixando mais de 400 famílias sem atendimento especializado.
David afirmou que foi procurado por pais e mães das crianças e convidado a acompanhar uma reunião na Sesau. No entanto, segundo o relato, ele foi impedido de entrar no prédio por um servidor que, posteriormente, teria dito que o denunciaria à Câmara Municipal.
Em publicação nas redes sociais, o vereador declarou que o impedimento não representou apenas um desrespeito a ele, mas também às crianças e às famílias afetadas pela interrupção do serviço. O caso ocorreu dias antes da ação policial.
Nesta semana, a Polícia Federal deflagrou a Operação Estágio IV, que investiga um suposto esquema de desvio de cerca de R$ 100 milhões na área da saúde de Alagoas. A operação resultou na apreensão de dinheiro em espécie, moeda estrangeira, joias e uma arma de fogo.
De acordo com dados internos da investigação, obtidos pela reportagem, a equipe que cumpriu mandado contra o então secretário de Saúde, Gustavo Pontes — posteriormente afastado do cargo — apreendeu R$ 59.750 em espécie.
Outros alvos da operação tiveram valores ainda maiores apreendidos, conforme os investigadores. A PF não detalhou publicamente a totalidade das quantias recolhidas até o momento.
A investigação segue em andamento e apura possíveis crimes de corrupção, desvio de recursos públicos e organização criminosa.