"Viagra eletrônico" brasileiro tem 90% de eficácia em estudo e abre nova frente para tratar disfunção erétil
Por Francês News
Um dispositivo desenvolvido por um pesquisador brasileiro, apelidado de "viagra eletrônico", registrou 90% de eficácia na recuperação da ereção em um estudo inicial com homens operados de câncer de próstata. O CaverSTIM, implantado cirurgicamente, atua como um marcapasso, enviando estímulos elétricos aos nervos responsáveis pela ereção. Dos dez pacientes no estudo, nove recuperaram a vida sexual anterior à cirurgia em cerca de dois meses, sem necessidade de medicamentos.
A descoberta representa um avanço significativo, pois a prostatectomia (cirurgia de retirada da próstata) apresenta um risco de até 70% de causar disfunção erétil, mesmo nas técnicas mais modernas. "Hoje, caminhamos para um tratamento que reduz de 70% para 10% a chance de desenvolver disfunção após a retirada da próstata", afirma o pesquisador Rodrigo Araújo. O dispositivo pode ser usado como terapia temporária até a recuperação natural ou de forma permanente.
Testes avançam para lesão medular e estudo de maior escala
Os resultados positivos impulsionaram novas etapas da pesquisa. Testes clínicos começaram no renomado Johns Hopkins Hospital, nos EUA, e um estudo de Fase 3 está previsto para incluir até 150 pacientes. Paralelamente, um estudo brasileiro com homens paraplégicos mostrou que cinco de seis pacientes voltaram a ter ereções após receberem o implante. "É a primeira vez que conseguimos estimular um nervo ligado à ereção e ter resultado clínico", destaca o urologista Sidney Glina, da Faculdade de Medicina do ABC.
O dispositivo oferece uma alternativa menos invasiva aos tratamentos atuais, como comprimidos (ineficazes em 30% dos casos), injeções penianas ou próteses. Ativado por um controle remoto discreto, o CaverSTIM não provoca ereção imediata, mas restaura o estímulo nervoso fisiológico, permitindo que ela ocorra naturalmente. A tecnologia abre um novo caminho para tratar a disfunção erétil, que afeta mais de 150 milhões de homens no mundo.