Alvo de investigação do MP, Hospital Carvalho Beltrão recebeu R$ 194 milhões em 2025 do Governo de Alagoas
Por Francês News
O Hospital Carvalho Beltrão, localizado em Coruripe e atualmente sob investigação do Ministério Público de Alagoas por supostas irregularidades no agendamento de cirurgias do SUS, recebeu R$ 194.199.346,37 do Fundo Estadual de Saúde apenas em 2025. Os dados do Portal da Transparência mostram que o total empenhado para a unidade neste período foi de R$ 195.286.503,75.
Desde o início do governo Paulo Dantas (MDB), em janeiro de 2023, os repasses ao Carvalho Beltrão totalizam R$ 487.533.444,16, de um montante empenhado de R$ 501.651.363,40. Os pagamentos são destinados a despesas como locação de veículos, serviços hospitalares e serviços médico-hospitalares. Importante lembrar que o hospital atende quase exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados do Portal da Transparência do Governo de Alagoas - Reprodução
Investigações em andamento
A unidade, comandada pelo suplente de deputado estadual Henrique Chicão, é alvo de um Inquérito Civil instaurado pela Promotoria de Justiça de Coruripe para apurar denúncias de falta de transparência no agendamento de cirurgias e atrasos injustificados em procedimentos. A investigação foi motivada por "relatos e denúncias costumeiras" sobre o sistema de agendamento, com um caso específico de adiamento cirúrgico de uma paciente servindo como elemento concreto para as apurações.
O promotor Mauricio Mannarino Teixeira Lopes determinou a requisição de toda documentação médica referente ao caso, informações sobre o programa de agendamento utilizado pelo hospital e solicitou auditoria do Ministério da Saúde no sistema de agendamento e nos procedimentos cirúrgicos realizados em 2025.

Dados relativos ao período do governo Paulo Dantas: repasses ao hospital chegam a quase meio bilhão - Reprodução
Ampliação das investigações
Paralelamente, o Ministério Público Federal também investiga as recentes mudanças no funcionamento da rede de assistência oncológica em Alagoas, que envolve o Hospital Carvalho Beltrão. A procuradora da República Roberta Bomfim estabeleceu prazo de 15 dias para que a Secretaria de Estado da Saúde, o Ministério da Saúde e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde prestem esclarecimentos sobre a reorganização do setor.
Segundo o MPF, "a falta de discussão conjunta pode provocar desequilíbrios na oferta de tratamento e comprometer o acesso da população aos serviços especializados em oncologia". As investigações buscam garantir transparência e planejamento adequado no atendimento aos pacientes com câncer no estado.