Indignação: vítimas dizem que governo de AL vendeu tragédia da Braskem por R$ 1,2 bi

Por Ruan Teixeira 

O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) divulgou, nesta terça-feira, 11, uma nota pública contra o acordo firmado entre o governo de Alagoas e a Braskem, que estabelece o pagamento de R$ 1,2 bilhão ao Estado. A entidade classificou o entendimento como uma “renúncia de direitos” e acusou a gestão estadual de agir “sem transparência, sem debate público e contra as vítimas”.

Segundo o MUVB, o ponto central da crítica é a exclusão dos moradores atingidos das negociações. A associação afirma que o governo teria prometido participação popular, mas recuou quando obteve a oportunidade de “negociar nos mesmos moldes” da prefeitura.

O movimento também questiona a diferença abissal entre valores: o dano socioambiental, estimado em cerca de R$ 30 bilhões pelo próprio Estado, teria sido reduzido a apenas R$ 1,2 bilhão no acerto oficializado. “Como um dano de tal magnitude se reduz, de repente, a essa cifra?”, questiona a nota, que também relaciona o acordo à proximidade do ano eleitoral e afirma que a pressa em firmá-lo “faz pouco da inteligência alheia”.

Para o MUVB, o acordo é também um “desastre humano e ambiental convertido em simples transação financeira e política”. Os atingidos, segundo a entidade, mais uma vez ficam sem reparação integral e sem participação num processo decisório que impacta diretamente suas vidas. A nota encerra com um tom de indignação: “São os deixados para trás, são os abandonados na luta por justiça!”.

Veja abaixo o documento recebido pela reportagem: arquivo