Governo de Alagoas é acusado de "direcionar" licitação milionária de compra de fuzis

Por Francês News

Duas empresas e um consultor questionam a transparência de um pregão para a aquisição de 1.540 fuzis pela Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), que teve a empresa austríaca Glock como vencedora. O valor total da compra é de R$ 27,1 milhões, com o preço unitário do fuzil a R$ 17,6 mil.

As empresas Taurus Armas e Springfield Armory, juntamente com o consultor José Boanova, alegam que o edital da licitação contém especificações que direcionam a escolha para a fabricante austríaca. Segundo o site especializado THE GUN TRADE, as exigências incluem a desmontagem da arma sem ferramentas, uma característica do novo fuzil da Glock.

Os questionamentos se estendem aos testes técnicos, que, de acordo com as fontes, não seguem as normas da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). O edital do Governo de Alagoas exige um teste de queda com a arma travada e um ensaio de resistência de 30 mil tiros, enquanto a Senasp prevê um teste de queda com a arma travada e destravada, e uma resistência de 10 mil tiros.

Apesar de a empresa brasileira Taurus ter oferecido o menor preço (R$ 15 mil por fuzil), ela foi desclassificada por não apresentar a documentação exigida. A Glock, então, foi convocada para a fase de testes na Áustria. O secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, e uma comitiva oficial estão no país para acompanhar os testes.

Conforme o Diário Oficial de Alagoas, o secretário e outros quatro servidores solicitaram o pagamento de R$ 111 mil em diárias para a viagem. Esse pedido de diárias contraria a informação do pregoeiro de que a viagem seria "sem ônus para o estado", com todos os custos arcados pela Glock.

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