Governo de Alagoas anuncia corte de ponto e descontos salariais de professores em greve

31 de julho de 2025 às 17:30
PUNIÇÃO

Foto: reprodução

Por redação

Após mais de um mês de paralisação dos professores da rede estadual, o Governo de Alagoas endureceu o tom contra o movimento grevista. Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (31), a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) anunciou que os servidores que não retornarem às aulas a partir desta sexta-feira (1º) terão descontos salariais e corte de ponto. A medida segue determinação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), que declarou a greve ilegal, classificando a educação como serviço essencial.

A decisão foi recebida com indignação por parte dos educadores, que veem na postura do governo uma tentativa de criminalizar a mobilização legítima por melhores condições de trabalho e reajuste salarial. O endurecimento do discurso veio acompanhado de uma ameaça direta feita pelo governador Paulo Dantas durante um evento público, registrada em vídeo: “aguardem o que vou fazer com vocês”, afirmou o chefe do Executivo, em tom interpretado como intimidador.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), além da ameaça velada, o governo teria cogitado impor uma multa de R$ 500 por professor que aderiu à greve, reforçando o clima de pressão sobre a categoria.

Na nota, a Seduc afirma que o objetivo das medidas é “garantir a continuidade do serviço público de educação” e minimizar os impactos aos estudantes, citando o direito à merenda e ao calendário letivo. No entanto, representantes do movimento grevista denunciam que o governo tem evitado o diálogo efetivo e se apoiado em decisões judiciais para deslegitimar a paralisação.

“O que está em jogo não é apenas o salário dos professores, mas o respeito à dignidade de quem constrói a educação pública diariamente”, afirmou um dirigente sindical.

A greve dos professores já ultrapassa 30 dias, e até o momento não houve sinalização concreta por parte do governo de abertura para negociação. A postura adotada pela gestão estadual tem sido vista por educadores como uma tentativa de impor, pela força, o fim do movimento.