Lula deve se reunir em jantar com Moraes e outros ministros do STF após anúncio de sanções
Por redação com O Globo
Após o anúncio de sanções pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer se reunir com o ministro Alexandre de Moraes e outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira para um jantar no Palácio da Alvorada.
A ideia do encontro foi debatida nesta quarta-feira entre o presidente da República e os ministros Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, que foram a uma reunião no palácio do Planalto para discutir as medidas anunciadas pelo governo de Donald Trump.
De acordo com ministros do STF, o presidente quer se reunir com Moraes e outros ministros que não puderam comparecer à reunião de quarta-feira por não estarem em Brasília. A realização do jantar, contudo, ainda não está confirmada.
Lula afirmou a ministros do Supremo e do governo que as sanções anunciadas pelos Estados Unidos contra Moraes não são apenas um ataque pessoal ao magistrado — mas uma afronta ao Estado brasileiro.
O tom do encontro, segundo relatos feitos ao GLOBO, foi de indignação por parte do presidente da República. Estavam presentes o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o decano da Corte, Gilmar Mendes, o ministro Cristiano Zanin, além do advogado-geral da União, Jorge Messias, e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O vice-presidente Geraldo Alckmin também estava na audiência.
Nesta quarta-feira, o governo de Donald Trump anunciou ter incluído o ministro Alexandre de Moraes na lista de pessoas alvo de sanções previstas na Lei Magnitsky, que prevê o bloqueio de bens que estejam nos Estados Unidos. Isso inclui desde contas bancárias e investimentos financeiros até imóveis, por exemplo. Os sancionados tampouco podem realizar operações que passem pelo sistema bancário dos Estados Unidos.
A lei Magnitsky foi sancionada pelo então presidente americano Barack Obama em 2012 e foi originalmente criada para punir os responsáveis pelo assassinato do advogado e militante russo Sergei Magnitsky, opositor de Vladimir Putin morto em uma prisão em Moscou em 2009.
Além das sanções a Moraes, o presidente americano Donald Trump assinou também nesta quarta-feira uma ordem executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%. A informação foi divulgada em um comunicado da Casa Branca.