Serial killer de Maceió é condenado a 24 anos de prisão por feminicídio de mulher trans
Por redação
O Tribunal do Júri condenou nesta sexta-feira (6), em Maceió, Albino dos Santos Lima, conhecido como o serial killer da capital alagoana, a 24 anos e seis meses de prisão em regime inicialmente fechado pelo assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo, mulher trans morta a tiros em novembro de 2023 no bairro do Vergel do Lago.
O julgamento ocorreu no Fórum do Barro Duro. Com essa nova sentença, Albino acumula penas e retorna ao sistema penitenciário, onde já cumpre condenações pela morte de Emerson Wagner da Silva e pela tentativa de homicídio contra outra jovem. Ao todo, ele é acusado de ter matado 17 pessoas entre 2019 e 2024.
Durante o júri, o réu afirmou que agiu sob influência sobrenatural, dizendo ter sido possuído pelo "fogo do arcanjo Miguel". Segundo ele, teria sido escolhido pela entidade divina para cometer o feminicídio. A defesa adotou a tese incomum de pedir, “filosoficamente”, a condenação do arcanjo, e não de Albino. A argumentação foi rechaçada pelo promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, que afirmou que o tribunal do júri "não é lugar para praticar filosofia".
A avó da vítima, Lucineide Vieira dos Santos, se emocionou ao final da audiência. “Graças a Deus a justiça foi feita. Que o autor dos disparos feitos na cabeça da minha neta se conscientize do que realmente fez. E que Jesus o abençoe. Louise agora está em paz”, declarou.
Relembre o crime
Louise foi assassinada na noite de 11 de novembro de 2023 ao retornar da escola. Ao desconfiar que estava sendo seguida por um carro, pediu ajuda a uma amiga que a acompanhou até sua residência. No momento em que ambas acreditaram que o veículo havia ido embora, o criminoso surgiu e efetuou diversos disparos na cabeça da vítima.
Testemunhas descreveram o assassino como um homem de estatura mediana, vestido de preto. As investigações apontaram semelhanças com outro crime cometido com o mesmo modus operandi, o que levou à identificação de Albino dos Santos Lima como autor. Com ele, foram apreendidos luvas, máscaras, munições e uma pistola calibre .380. A perícia confirmou que os projéteis encontrados no corpo de Louise foram disparados por essa mesma arma.
O caso gerou comoção e reforçou a necessidade de justiça para vítimas trans e de crimes motivados por ódio e violência.