Raves para bebês são moda entre pais millennials que amam balada
UOL
Raves para bebês têm feito sucesso em países como EUA, Canadá e Austrália, atraindo não só os pequenos, mas os pais que não querem abandonar por completo as festanças com música eletrônica.
Que raves são estas?
Galpões industriais com toque chique e versões em estilo EDM do hit infantil "Baby Shark". Os eventos são organizados pela Little Ravers, uma espécie de festival itinerante de música eletrônica para bebês. Só em abril, eles passaram por Nova York, Chicago, Vancouver, Toronto e São Francisco.
Empresa se inspira na nostalgia da geração millennial. Pais que vão nas raves para bebês foram adeptos da cena de música eletrônica e baladas dos anos 2000. Agora com filhos, eles sentem saudade do passado animado —e as festas ajudam a suprir isso.
As crianças podem se divertir na pista de dança, amando a cada segundo de luzes, músicas e elementos interativos. Mas já vimos os pais reviverem seus dias de festivais, dançando tanto — ou às vezes mais — do que seus filhos. Adam Lewis, um dos co-fundadores da Little Ravers, ao jornal The New York Post
Festas, contudo, são adaptadas para o perfil da criançada. Cada rave dura apenas 90 minutos, afinal crianças se cansam rápido. Os níveis de volumes das músicas também são controlados para que sejam seguros para os pequenos. Luzes não são muito intensas para não irritá-los.
Entre os itens do passado que estão presentes estão pinturas coloridas no rosto e bebidas. No entanto, o menu é de caixinhas de suco para os pequenos e coquetéis em latas para os adultos.
Movimento das raves infantis teria nascido na Oceania, mas rapidamente ganhou adeptos em outros continentes. O pioneiro foi Lenny Pearce, ex-membro da boy band australiana Justice Crew, que virou DJ e criou a rave Toddler Techno na Austrália. Antes mesmo da primeira festa, ele já tentava fazer mixes de canções de ninar para que tanto ele quanto sua filha pudessem curtir músicas juntos.
Mercado de música eletrônica para crianças. Depois que ele postou um clipe de sua versão da cantiga "Wheels on the Bus" na primavera de 2024, e ela viralizou, Pearce percebeu que havia um mercado para a música eletrônica para crianças.Desde então, ele organiza as raves infantis pela Austrália, Ásia e tem sua futura turnê nos EUA, em junho, já esgotada —são mais de 100 mil ingressos vendidos no mundo todo até o momento.
[Nós que somos] pais millennials gostamos de estar presentes com os nossos filhos. Queremos passar mais tempo com eles, queremos ser os melhores pais que pudermos ser e guiá-los no caminho correto. Este é um evento em que os pais podem levar seus filhos e curtir como um todo, em vez de só levá-los [a um show infantil] e ficar entediado, esperando acabar. [A rave] é algo que todos podemos aproveitar. Lenny Pearce ao Post
Os adultos entusiastas da cena de música eletrônica querem apresentar aos filhos o "código das raves". Festanças famosas no passado por muito álcool, drogas, multidões, fumacê e luzes, elas foram "domadas" nos anos 1990 por uma atmosfera inspirada no movimento hippie dos anos 1970. DJs como Frankie Bones passaram a encorajar a filosofia Plur —peace, love, unity & respect (paz, amor, união e respeito)— no lugar das confusões.
A troca de pulseirinhas com estas mensagens, assim como já acontece nos shows de Taylor Swift, é encorajada. A mania que já era popular nas raves dos anos 2000 agora é adotada pelas crianças.
À medida que a trazemos à cena [das raves], quero mostrar o que está no centro disso. Tem a ver apenas com diversão e demonstrar respeito àqueles ao seu redor. Angie Mitola, ao Post. Ela e o marido, Matt Mitola, levam a filha de um ano a raves infantis
Na casa dos 30, o casal Mitola insiste que raves "são a cena deles". Segundo o casal, é muito importante poder dividir o que consideram parte essencial de sua cultura com a filha. "Foi o que tornou esta experiência muito melhor." A festa de aniversário de um ano da pequena teve como tema a "primeira rave do bebê" —e eles esperam que ela um dia possa olhar para estas lembranças e dizer: "Me diverti muito com os meus pais".
Há pais que já planejam as primeiras viagens internacionais dos filhos para curtir o circuito global de raves. É o caso de Zakkiyya Reece, 38, e do companheiro, Maurice Gainyard Jr., 33. Eles levaram a filha Kessler, 1, e o filho Avery, 3, a uma rave recentemente. Com a animação das crianças na festa, eles decidiram preparar os passaportes, revelaram ao jornal.