Castigo na esteira: Pai acusado de homicídio nos EUA após forçar filho a correr pode pegar prisão perpétua

03 de maio de 2024 às 16:09
SE EXERCITOU ATÉ MORRER

Foto: reprodução

Por redação com O Globo

Após uma revisão no caso pelo Ministério Público de Ocean City, Christopher Gregor, 31 anos, foi acusado formalmente de homicídio contra o filho de seis anos, Corey Miccioli. O caso ocorreu em 2021, mas ganhou repercussão após o vídeo em que o homem força a criança a correr até a exaustão em uma esteira viralizar nesta semana, em que ocorre também o julgamento de Gregor. Segundo a CourtTV, o acusado negou um acordo de confissão no tribunal que lhe renderia 30 anos de prisão. Agora, se condenado, ele pode pegar prisão perpétua.

Gregor alega que sua ex-esposa teria 'treinado o menino para mentir' sobre as agressões. Segundo o homem, o pequeno Corey Micciolo foi levado pela mãe até sua casa em abril de 2021, e lá supostamente contou ao pai que a mulher pediu a ele que mentisse, poucas horas antes do menino ser declarado morto. A informação foi compartilhada pelo New York Post. 

“Meu filho voltou esta manhã e estava dizendo que sua mãe disse que ele tinha que contar ao médico que bati nele. Ele chegou em casa e uma das duas primeiras coisas que disse foi: 'Não quero mais ir com a mamãe, ela vai tentar me tirar de você. Mamãe me disse para mentir e eu tive que mentir", disse Gregor ao funcionário da linha direta de abuso infantil, Richard Cicerone, de acordo com uma gravação reproduzida no julgamento nesta quinta-feira. 

As imagens mostram quando Corey cai da esteira após correr por um tempo, enquanto velocidade e inclinação eram aumentadas pelo pai. Imediatamente e de forma truculenta, Christopher o coloca de volta no aparelho. Segundo o New York Post, o pai chega a morder a cabeça da criança, a qual ele dizia que estava "gorda demais".

No dia seguinte ao incidente, a criança despertou com dificuldade em articular palavras, dificuldades motoras, falta de ar, enjoos e tonturas. Corey foi levado ao hospital pelo pai, onde durante uma tomografia computadorizada, sofreu uma convulsão. Os profissionais de saúde, após análise, determinaram que a causa do falecimento de Corey foi atribuída a "traumatismo contuso com lesões cardíacas e hepáticas, acompanhadas de inflamação aguda e sepse", conforme relatado pelo NY Post.

Além disso, um patologista forense identificou evidências de lesões por impacto contundente no tórax e abdômen da criança, incluindo laceração cardíaca, contusão pulmonar no lado esquerdo e laceração e contusão no fígado.

Com o vídeo, Gregor então foi inicialmente preso por colocar em risco o bem-estar de uma criança. No entanto, conseguiu liberdade após pagar fiança, mas voltou ao cárcere em março de 2022, segundo a CourtTV

Os pais de Corey compartilhavam a guarda conjunta da criança. A mãe, Breanna Micciolo, disse que Gregor não esteve presente na vida do filho até os quatro anos. Ainda conforme o portal, ela teria denunciado o homem por abuso mais de 100 vezes, mas não obteve respostas das autoridades. Breanna chegou a processar a Divisão de Proteção e Permanência Infantil de Nova Jersey por não proteger Corey adequadamente.

Uma revisão do caso por um perito do Ministério Público do Condado de Ocean, em Nova Jersey, mostrou que as circunstâncias sustentavam uma acusação formal de homicídio, de acordo com uma declaração conjunta do promotor do condado de Ocean, Bradley Billhimer, e do chefe de polícia de Barnegat, Keith Germain.

Com o julgamento em curso, Christopher Gregor recusou um acordo de confissão em troca de 30 anos de prisão. Ele segue na prisão de Ocean City, sem direito a fiança e, se condenado, pode pegar prisão perpétua.