Repórteres Sem Fronteiras aponta deterioração da liberdade de imprensa na Argentina e no Equador e melhora em Brasil e Chile

03 de maio de 2024 às 16:04
RSF

Foto: reprodução

Por redação

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou para o aumento global das pressões políticas sobre o jornalismo, nesta sexta-feira, durante a divulgação de seu relatório anual sobre a liberdade de imprensa. A ONG apontou uma deterioração importante na Argentina e no Equador, devido à situação interna de ambos os país. No contexto latino-americano, a organização registrou avanços no Chile e no Brasil, que subiram 31 e 10 posições no ranking, respectivamente.

O relatório indica que a Noruega é o país onde os meios de comunicação possuem uma melhor situação, enquanto a Eritreia desbancou a Coreia do Norte como a pior nação para a liberdade de imprensa. Na América Latina, o Equador perdeu 30 posições em comparação a avaliação do ano anterior, e está na 110ª posição, enquanto a Argentina retrocedeu 26 e está em 66º.

A ONG explica a queda equatoriana a partir das sucessivas crises política e de segurança pelas quais o país foi afetado nos últimos anos. Um candidato à Presidência foi morto durante a campanha eleitoral do ano passado, enquanto o novo presidente, Daniel Noboa, enfrentou uma grave crise no sistema prisional nos primeiros meses de governo. "A crise política e o aumento do crime organizado perturbaram o funcionamento democrático", diz o relatório.

Sobra a Argentina, o documento indica que a situação é "particularmente preocupante" após a chegada ao poder do presidente Javier Milei. Diante de uma grave crise econômica, Milei anunciou o fechamento da agência pública de notícias Télam em março. Na avaliação da ONG, "a postura agressiva em relação ao jornalismo impede o pluralismo", acrescenta o relatório.

Apesar das quedas acentuadas, Quito e Buenos Aires não são os casos mais graves no continente americano. O Peru perdeu 48 posições em dois anos, em meio a uma grave crise política, ocupando atualmente a 125ª posição do ranking. Na parte inferior da classificação permanecem Cuba (168º), Nicarágua (163º) e Venezuela (156º), nações onde "o jornalismo está sujeito a uma censura baseada em decisões arbitrárias".